Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar as relações de comunicação e as condições de produção no trabalho jornalístico em arranjos ‘alternativos’ às grandes corporações de mídia no Ceará. Esta é uma pesquisa coletiva realizada pelo grupo de pesquisa PráxisJor, da Universidade Federal do Ceará, em parceria com o Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT), da Universidade de São Paulo (USP). As balizas teóricas da investigação se localizam no binômio Comunicação e Trabalho (FÍGARO, 2008; FÍGARO, 2018) — mais especificamente, a noção de arranjo econômico no trabalho jornalístico (FÍGARO; NONATO, 2017). Recorremos, ainda, à discussão sobre atos de jornalismo (STEARNS, 2013) e o estado de fluidez da atividade jornalística (DEUZE; WITSCHGE, 2016). Metodologicamente, a pesquisa se caracteriza como exploratória (PIOVESAN; TEMPORINI, 1995; FÍGARO, 2018), pois mapeia, de forma inaugural em nosso Estado, arranjos alternativos de trabalho jornalístico. Nessa perspectiva, há a previsão de utilização de diferentes técnicas e instrumentos de investigação, tais como a pesquisa documental, aplicação de questionários e realização de entrevistas. O universo da pesquisa compreende, inicialmente, 63 arranjos de trabalho sediados nas macrorregiões de Fortaleza, Sobral e Juazeiro do Norte. Para chegarmos a essa quantidade, recorremos à técnica de bola de neve, obtendo indicações por meio de informantes dentro do universo desses arranjos, as chamadas “sementes” (BALDIN; MUNHOZ, 2011). A pesquisa pretende ser um referencial e balizar estudos futuros acerca da emergência e sustentação dos arranjos alternativos de trabalho jornalístico, considerando suas heterogeneidades e aproximações no que toca às concepções do que é jornalismo, sua identificação com o que se chama de jornalismo alternativo, seu pertencimento a um território e também sua constituição individual ou coletiva.