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Leituras basilares

Natureza e Transformação no Jornalismo
Jean Charron e Jean de Bonville

Os autores defendem a tese de que o jornalismo vivencia, de tempos em tempos, mudanças profundas em suas estruturas a ponto de serem consideradas paradigmáticas e incidirem significativamente na prática e no discurso jornalístico. A partir disso, eles definem quatro paradigmas jornalísticos que emergem ao longo da história da sociedade moderna, movidos, sobretudo, pelas metamorfoses sociais que os rodeiam, são eles: paradigma do jornalismo de transmissão, paradigma do jornalismo de opinião, paradigma do jornalismo de informação e paradigma do jornalismo de comunicação. Valendo-se de tipos ideais, Charron e Bonville associam esses paradigmas a um modelo de sociedade vigente e apresentam suas principais características, sendo o Jornalismo de Comunicação, o paradigma vigente na contemporaneidade.   

A estrutura das Revoluções Científicas
Thomas Kuhn

Na obra, o autor apresenta uma abordagem filosófica da Ciência, questionando a definição tradicional de ciência em vigor. Para ele, uma disciplina científica apresenta uma estrutura aberta que envolve uma fase pré-paradigmática, seguida da fixação do paradigma, este que é um dado tempo e momento começa a ser questionado, sofrendo assim uma crise. A busca por respostas à crise de um paradigma científico dá fôlego à emergência de uma verdadeira revolução dentro dos limites da disciplina científica. Assim, de modo contínuo, os paradigmas são forjados pelas condições históricas de um dado lugar, atendendo a inquietações próprias de seu tempo e mobilizando revoluções contínuas na história da ciência.

Além do Jornalismo
Mark Deuze

O jornalismo desfruta de uma história rica e relativamente estável de profissionalização. Os estudiosos provenientes de uma variedade de disciplinas diferentes têm teorizado essa história, formando um corpo consistente de conhecimentos codificados em manuais nacionais e internacionais e em comentadores canônicos. Esse sonho modernista de coerência e consenso é uma falácia. Neste artigo, Mark Deuze e Tamara Witschge refletem sobre as maneiras como as abordagens e os entendimentos acadêmicos dominantes para o jornalismo não combinam com a variedade de práticas que compõem a produção de notícias. Os autores desafiam a (auto)apresentação consensual do jornalismo - em termos de sua ideologia ocupacional, de sua cultura profissional, de sua sedimentação nas rotinas e estruturas organizacionais (redação) – e abordam a sua recente reconfiguração como uma forma pós-industrial, empresarial e completamente atípica de trabalho e de se estar no trabalho. Dessa forma, pretendem traçar um caminho para fora dos limites rígidos das conceituações tradicionais do jornalismo – indo, portanto, para além do jornalismo.

As Mudanças no Mundo do Trabalho do Jornalista
Roseli Fígaro, Cláudia Nonato e Rafael Grohmann

A partir de uma pesquisa realizada junto a jornalistas profissionais do Estado de São Paulo, os autores traçam o perfil do jornalista na atualidade. As mulheres são maioria na profissão, que conta com vínculos trabalhistas precários, sendo caracterizada pela forte presença de trabalhadores freelancers. A sindicalização diminuiu e a politização dos jornalistas também. A pesquisa foi desenvolvida pelo Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT) da Universidade de São Paulo (USP), coordenado pela professora Roseli Fígaro. Foi usada uma triangulação metodológica, que reúne aplicação de questionários fechados, entrevistas em profundidade e grupos focais, para se chegar aos resultados que permeiam toda a obra.

Discurso e Mudança Social
Norman Fairclough

O objetivo do autor é descrever a Análise Crítica do Discurso (ACD) como um método que possa ser usado na pesquisa social científica. Ele guarda certas reservas quanto ao conceito de método. A ACD, na visão de Fairclough, é muito mais uma teoria que um método, ou melhor, uma perspectiva teórica sobre a língua e, de uma maneira mais geral, sobre a semiose (que inclui a linguagem visual, linguagem corporal, e assim por diante) como um elemento ou momento do processo social material (WILLIAMS, 1977), que dá margem a análises linguísticas ou semióticas inseridas em reflexões mais amplas sobre o processo social. 

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