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Práxisjor mapeia condições de produção e de trabalho no jornalismo independente do Ceará

Publicação com os resultados da primeira fase da pesquisa “Arranjos alternativos de jornalismo no Ceará: relações de comunicação e condições de trabalho” será lançada durante o 18º Encontro da SBPJor 2020 e também em live. Estudo segue em andamento.


Os primeiros resultados de uma investigação coletiva que integra esforços entre centros de estudos em Comunicação e Jornalismo no Brasil, sob a liderança do CPCT-USP e em parceria com o Práxisjor-UFC, serão lançados em livro durante o 18º Encontro da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor 2020), que este ano acontece de forma remota entre os dias 03 a 06 de novembro. Também será realizada live para divulgar a obra, que reúne reflexões, dados e análises referentes à primeira fase da pesquisa “Arranjos alternativos de jornalismo no Ceará: relações de comunicação e condições de trabalho”, desenvolvida entre novembro de 2019 e maio de 2020.




O livro está disponível para acesso gratuito no repositório da Universidade Federal do Ceará (http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/54543) e a pesquisa coletiva encontra-se atualmente na segunda fase, marcada pela realização de entrevistas com os(as) jornalistas trabalhadores(as) dos arranjos cearenses.


O estudo é um desdobramento da pesquisa iniciada pelo Centro de Pesquisa em Comunicação e Trabalho (CPCT) da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), sob coordenação da professora Roseli Fígaro. Na esteira dos estudos do CPCT, o grupo de pesquisa Práxis no Jornalismo (PráxisJor), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e ao Curso de Jornalismo da UFC, foi a campo para identificar as relações de comunicação e as condições de produção no trabalho jornalístico em arranjos alternativos às grandes corporações de mídia no Ceará.


O exercício do jornalismo profissional no Brasil tem enfrentado, especialmente nos últimos anos, adversidades de ordem estrutural, financeira e trabalhista, entre outras. Estima-se que metade dos municípios brasileiros, muitos deles localizados no interior das regiões Norte e Nordeste, não possuam nenhum veículo de imprensa, caracterizando os chamados desertos de notícias. Nos centros urbanos, em que se verifica maior variedade de produtos e instituições jornalísticas, as injunções financeiras, sobretudo no tocante à queda de receitas e circulação, apontam para um cenário de precarização das condições de trabalho dos(as) jornalistas e de escassez de postos de trabalho formais nas redações de grandes veículos jornalísticos.


Em paralelo a esse cenário, muitos jornalistas brasileiros(as) se arranjam em coletivos de trabalho, utilizando plataformas e ferramentas digitais para produzir o jornalismo em que acreditam de modo independente às grandes corporações de mídia.


Achados

O estudo local consistiu no mapeamento de 63 arranjos alternativos de trabalho no jornalismo no Ceará, bem como a coleta e análise de autodeclarações presentes em sites institucionais dessas iniciativas. A maioria dos arranjos se localiza em Fortaleza e funciona por meio de plataformas digitais, como redes sociais, ou com sites próprios na web.


Entre os resultados encontrados estão a presença da regionalidade como um marcador para o trabalho jornalístico de muitos arranjos cearenses e a centralização de alguns perfis das iniciativas em torno de um autor e de sua trajetória jornalística, caracterizando o que a pesquisa identificou como o fenômeno “autor(a)-arranjo”.


O relatório foi redigido e organizado pelos pesquisadores Rafael Costa, professor do curso de Jornalismo da UFC; Naiana Rodrigues, professora do curso de Jornalismo da UFC e pesquisadora do CPCT (ECA-USP); Mayara de Araújo, doutoranda no PPGCOM-UFC e Raphaelle Batista, mestranda no PPGCOM-UFC. Os(As) demais pesquisadores(as) do Práxisjor colaboraram com a coleta inicial e a organização dos dados da pesquisa, sob a coordenação do professor Edgard Patrício, coordenador do PPGCOM-UFC e professor do Curso de Jornalismo da UFC.



A fim de divulgar o relatório para o público em geral, uma live será realizada, no dia 29 de outubro, às 18 horas, no canal do Curso de Jornalismo da UFC. Os(As) autores(as) do relatório vão apresentar e debater os principais resultados apresentados no livro e também as perspectivas para as etapas seguintes da pesquisa.


Desde 2017, o PráxisJor se dedica a estudar as transformações no jornalismo contemporâneo tendo como pontos focais a credibilidade, a qualidade, as plataformas e linguagens e a identidade profissional. A pesquisa dá prosseguimento a essa agenda que acolhe as preocupações com os desígnios da profissão, buscando mapear, de forma inaugural, os arranjos de jornalismo alternativos às corporações de mídia no Ceará, a partir da compreensão de como se configuram, quem são os sujeitos responsáveis por esses arranjos e que práticas jornalísticas são levadas a termo nessas iniciativas.


Serviço

Relatório “Arranjos alternativos de jornalismo no Ceará: relações de comunicação e

condições de trabalho - Fase 1”, do Grupo de Pesquisa PráxisJor (UFC)

Organização, interpretação de dados e redação do relatório: Rafael Rodrigues da Costa (PráxisJor-UFC), Naiana Rodrigues da Silva (CPCT-ECA-USP/PráxisJor-UFC), Mayara Carolinne Beserra de Araújo (PráxisJor-UFC) e Raphaelle Christine Batista de Lima (PráxisJor-UFC)

120 páginas


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